bacia do Alto Paraguai 20.09.2024 | 13h54
redacao@gazetadigital.com.br
SOS Pantanal
O governador Mauro Mendes (União) sancionou a Lei 12.653, que libera atividades pecuárias e limpeza de pasto em áreas Área de Preservação Permanente (APP) da Bacia do Alto Paraguai, no Pantanal mato-grossense. A liberação foi publicada no Diário Oficial do Estado desta sexta-feira (20). A matéria divide opiniões, já que é sancionada no mesmo momento que se discute a preservação da região e danos causados pelas queimadas que atingem o bioma.
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"Nas áreas consideradas de preservação permanente na Planície Alagável da Bacia do Alto Paraguai de Mato Grosso que possuam pastagens nativas será admitido o acesso para pecuária extensiva e a prática de roçada visando à redução de biomassa vegetal combustível e os riscos de incêndios florestais, desde que não provoque degradação, sendo vedada a substituição por gramínea exótica”, cita trecho da lei.
O texto diz respeito à permissão do uso de pastagens nativas para pecuária extensiva nas áreas de preservação permanente. Essa medida, segundo a legislação, visa a redução de biomassa vegetal que poderia aumentar o risco de incêndios florestais. No entanto, para que isso ocorra, é exigido que as práticas adotadas não provoquem degradação ambiental e sejam evitadas substituições por plantas exóticas, que poderiam prejudicar o equilíbrio ecológico.
Outro ponto citado na lei está no artigo que permite a habitação de ribeirinhos e sede de fazendas nas áreas protegidas, desde que não haja intervenção que impeça o fluxo da água. “Nas áreas descritas nos incisos VI e VII será permitida a habitação dos ribeirinhos, sede e retiros de fazendas, vedadas a supressão dos murunduns e intervenções que impeçam o fluxo da água”, cita o artigo 3.
A alteração gera polêmica em torno de possíveis impactos ambientais que o uso de pastagens nativas em APPs pode causar, ainda que com restrições. Ambientalistas argumentam que essas áreas desempenham papel crucial na conservação da biodiversidade, servindo como habitats e corredores para fauna, além de serem importantes para o ciclo de nutrientes da planície alagável. A Bacia do Alto Paraguai, que inclui o famoso Pantanal, é uma das áreas mais ricas em biodiversidade no mundo.
Embora essa regulamentação busque preservar a cultura e o modo de vida tradicional das comunidades ribeirinhas, críticos alertam para o risco de expansão descontrolada de atividades econômicas nessas áreas sensíveis.
“A lei, apesar dos poucos ajustes positivos, continua sendo de forte flexibilização da proteção ambiental em relação à legislação atualmente em vigor, o que preocupa quando observamos o cenário de flexibilização constante que o Pantanal vem sofrendo”, manifestou o SOS Pantanal, quando a regra ainda estava sob discussão.
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JOSE CARLOS DE BRITO - 21/09/2024
É ASSIM QUE COMEÇA A DESTRUIÇÃO DA NATUREZA, AUTORIZA-SE DEVAGAR E QUANDO SE VÊ FOI SE O BIOMA PANTANEIRO, MAIS UMA VEZ DESTRUIDO POR PESSOAS QUE SO PENSAM EM DINHEIRO, SEM SE PREOCUPAR COM O AMANHA. MAS AGUARDE E VEREMOS.
Cida Souza - 20/09/2024
Engraçado vai solicitar cadeia para que põe fogo e libera em unidades de conservação permatentew
JOSE LUIZ MARAN - 20/09/2024
Qualquer pessoa com Q.I. superior a de um Símio, sabe que onde tem pastagem a massa de gramíneas não vai além de 20 cm de altura, e num espaço assim, qualquer fogo que se inicie pode ser eliminado apenas com um simples galho verde. Ja nas ditas " RESERVAS" onde o gado é proibido, a Juquíra e capim estão acima de 3 metros de altura, e caso caia ali uma fagulha de fogo, ninguém consegue apagar e se tentar corre o risco de queimar junto. Ainda essa semana, andei pela Transpantaneira por uns 50 Km, saindo de Poconé e não encontrei uma Única Fazenda queimada a beira da estrada nesse percurso e todas estão com gado e com capim a menos de 20 cm , o que prova a teoria.
3 comentários